Por volta do meio-dia estava eu no meu mundinho, nas minhas dúvidas existencias, nas minhas certezas incertas. O caso já se andava a arrastar há muito tempo, tempo demais para mim...mas sei eu mesma não sabia o que queria, jamais teria a audácia de dar o primeiro passo para o que quer que fosse.
Tocou o sinal para a saída, a minha querida professora de Técnicas de Tradução de Inglês tinha-me chamdo a atenção diversas vezes mas eu queria lá saber. Era uma segunda-feira, um inicio de semana parecido a tantos outros, não fosse a última sexta-feira um dia com grandes revelações. Um telefonema de 4 horas. tinha marcado a minha tarde em pleno feriado do Dia do Trabalhador, o suficiente para o meu pai ficar com os nervos em franja!
Quatro Horas ao telefone é para mim um recorde ao telefone, não haja dúvidas principalmente quando isso era com a pessoa que era. A conta de telefone é que não deve ter sido nada famosa!
Saí da aula a correr, talvez ainda o visse a sair da aula de educação física. Trocar umas palavrinhas e olhares, dizer-lhe que tinha gostado de saber dele e que ele tinha o meu telefone e que lhe dava uso, tal como tinha acontecido antes de ter partido para Barcelona.
Olhei para ele, ele olhou para mim mas estava longe...
Com a manhã pouco preenchida esperei pelo outro intervalo não fosse ele mudar o rumo da minha vida. Encontrei-o passada uma hora e juntei-me a ele enquanto ele tomava o pequeno-almoço. A conversa foi muito pouca, "hum..sim"...sinceramente não me recordo e na realidade até nem me interessa muito recordar.
Fomos falar para um sitio mais recatado quando tocou para a entrada e ele acabou por não ir à aula: "vamos conversar mais um pouco!"
E assim foi. A conversa veio, a conversa foi.... pouca aproximação e do nada um beijo terno molhou os meus lábios. Senti somente o seu toque no meu pescoço aquilo que mais tarde ele chamou de "golpe chinês!"
O passo estava dado, no dia 4 de Maio de 1998.
Hoje eu sei, que este amor compulsivo é como um misto de obsessão saudável, mas também destrutiva. Somos os extremos de paixão e ódio, de dedicação e raiva.
Juntos aprendemos que as melhores e piores experiências são para ser partilhadas, as angústias para se confessarem.
Lembro-me da entrada na faculdade, do exame de condução, da benção das fitas, dos exames passados, dos fins-de-ano passados juntos, dos aniversários comemorados, da primeira viagem no teu carro, dos beijos trocados, da primeira ida à praia, de aprender a conduzir, das viagens de barco para ir ao cinema, das viagens de autocarro para Sesimbra, do primeiro jantar juntos, do teu sorriso quando sei que me estás a sacanear,da primeira vez...no escurinho do cinema, do concerto dos Pearl Jam, das saudades nas viagens...
As minhas etapas decisivas vivi-as contigo ao meu lado!
És o meu melhor e o único que sabe que no fundo não existimos um sem o outro.
Amo-te demasiado!
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