Atrasada, como sempre... mas cheguei!
Cheguei e não cheguei tarde demais. Cheguei na hora exacta, no momento perfeito.
A sala é acolhedora e o ambiente propenso à melancolia. O palco íntimo, organizado na forma de um círculo tosco.
Do lado direito as cordas, do lado esquerdo o famoso orgão, o precioso acordeão e um baixo. No centro a bateria, tocada de forma refinada para impôr o ritmo.
Senti que estava a ser embalada durante cerca de duas horas. Pelo meio era interrompida por súbitos momentos de êxtase da plateia embevecida com a harmoniosa voz, conjugada com o perfeito som dos instrumentos.
Escutei as Tardes de Bolonha (que arrepio na espinha, perfeitooooo som e tão singelo), a Casa, a Rosa...pelo meio as memórias com um fantástico guitarrista que dava o tom com a sua viola flamenca. Vibrei com o Lonely Carousel e fui levada ao auge com a Pasion.
Recuperei as esperanças que tinha em relação aos concertos...é incrivel como tudo pode e consegue ser incrivelmente perfeitinho!
Por momentos senti uma sensação de concretização interior, um sorriso que não conseguia retirar do rosto, uma satisfação invulgar....
Adoro esta sensação de envolvência, adoro o fenómeno das audiências nestes espectáculos, adoro a minha diversidade de gostos por sons tão diferentes...
Hoje o céu está mais azul,
Eu sinto...
Fecho os olhos.
Mesmo assim eu sinto...
O meu corpo estremeceu.
Não consigo adormecer.
Nem o tempo vai chegar
Para dizer o quanto eu sinto
Você longe de mim.
É uma espécie de dor...
Hoje o céu está mais azul,
Eu sinto...
Olho à volta
E mesmo assim eu sinto
Que este amor vai acabar
e a saudade vai voltar...
Já não sei o que esperar
Já não sei o que esperar
Dessa vida fugidia...
Não sei como explicar
Mas eu mesmo assim o amo.
Rosa, Rodrigo Leão

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